POR QUÊ?

Muitas histórias, engraçadas ou trágicas, que escutamos envolvendo idosos e o convívio em condomínios, aconteceram por falta de informação.

Viver em uma época tão frenética, com informações, compromissos e desafios tão dinâmicos pode nos deixar mais insensíveis em relação àqueles que mais precisam de nossa atenção. Os idosos.

A proposta do tempo é abrir a conversa sobre idosos com algumas temáticas para que você, no futuro, debata o tema com todos os moradores.

MINHA EXPERIÊNCIA

A presença de meus avós foi muito intensa nos primeiros anos da minha vida. Sempre estive a poucos minutos de um café com os meus avós. Além de alguns quilos a mais também me rendeu certa sensibilidade para tratar do assunto.

Na minha memória tenho os meus avós brincando comigo, com muita energia e disposição. Por anos e anos eles jogaram futebol, fizeram barracas improvisadas e participaram de tardes e mais tardes de brincadeiras. Hoje, tempos depois, sei que eles já estão com o corpo mais cansado.

Hoje, já não brincam mais como brincaram em outra época (pudera, estão todos próximos dos 80). É desse momento que precisamos conversar.

Por respeito ou ingenuidade, costumamos ignorar que com o passar do tempo, limitações físicas e mentais começam a surgir. Osteoporose, memória prejudicada, dificuldade para ouvir, falta de foco e outros problemas surgem com a idade.

Problemas que são normais e não devem afastar a pessoa idosa do convívio de forma alguma, mas devemos ter alguns cuidados especiais. Esses cuidados só serão possíveis se nos dermos ao trabalho – e devemos isso aos idosos – de reservar algum tempo para entender as individualidades de cada um.

Você mesmo já refletiu a respeito disso?

1. Quantos idosos no seu prédio tem dificuldades com as escadas na recepção? Um acidente nesse espaço pode ser evitado com sinalização, antiderrapantes e corrimão adequado. O assunto já foi pauta de alguma reunião?
2. Será que todas as pessoas idosas conseguem acessar informações encaminhadas por meios digitais como e-mail, WhatsApp e Grupos de Facebook? Você oferece alternativas para que a informação completa chegue até os moradores da terceira idade?
3. Seu vizinho idoso acorda cedo no final de semana e começa a movimentar móveis ou ligar eletrodomésticos que atrapalham o seu sono? Que tal oferecer atividades de relaxamento ou rodas de conversa no espaço de festas do prédio? Maneira simples e criativas podem resolver um problema para alguns moradores e oferecer lazer para a terceira idade, basta organizar as atividades.
4. Reclamações e brigas constantes? Idosos podem apresentar comportamento comumente associados às crianças: birras, indisponibilidade para o diálogo e fixação em assuntos de menor prioridade. Se você sente dificuldade na comunicação, leve esses aspectos em consideração. Mude a abordagem para uma visita com alguns biscoitos ou uma conversa em espaço reservado onde a pessoa se sinta mais segura e confortável e melhore a sua relação. Lembre-se, se você identifica na pessoa esses comportamentos e você não faz nada a respeito, talvez seja você esteja contribuindo mais para o problema que para a solução.
5. Inclua todos com disposição na resolução do problema, mas lembre-se de guiar as conversas e manter o controle. Muitas vezes, sentir-se parte da solução é tudo que o idoso espera. Sentir-se útil, afinal, é o que nos mantém ativos! Delegue atividades de menor complexidade (ou se confiar nos idosos de seu condomínio, atividades complexas) para que todos sintam que estão ajudando na solução. Certamente as atitudes serão muito mais construtivas que destrutivas.

Trate bem e com respeito os moradores da terceira idade. Seja gentil, prestativo e paciente. Saiba que eles tem dificuldades que um dia serão as suas, ajude-os a superá-las. Aproxime-os das atividades e confraternizações.

Espero que as próximas histórias com idosos possam ser contadas por todos. Que sejam histórias que não desrespeitem ninguém. Que sejam histórias que enaltecem as qualidades e não os defeitos do idoso. Boas histórias para todos os leitores!

Texto escrito por: Arnon Tillmann